Essa foi a primeira vez que o cineclube recebeu a comunidade surda. Foto/Mariana Salles.Entretenimento

Cineclube Pupilo tem sessão com acessibilidade para surdos

Através do projeto pessoas com deficiência auditiva puderam desfrutar plenamente da magia do cinema do brasileiro. As próximas sessões do Cineclube Pupilo acontecem no dia 2 de setembro, às 9h e às 14h, no Complexo Cultural, e às 19h no CEU das Artes, em Pato Branco

21/08/2024por Portal do Romeu

Imagine assistir a um filme e ter a experiência completa, sem barreiras? Essa foi a realidade dos participantes da última sessão do Cineclube Pupilo, realizada no CEU das Artes no dia 12 de agosto. Graças à tradução simultânea em Libras, feita pelos intérpretes Robson Pereira e Larissa de Quadros, pessoas com deficiência auditiva puderam desfrutar plenamente da magia do cinema do brasileiro. Em outras sessões, sempre participaram alunos da APAE, cadeirantes e portadores de outros tipos de necessidades especiais, mas essa foi a primeira vez que o cineclube recebeu a comunidade surda.

Presente na sessão, Wagner Bartokoski é surdo e foi a primeira vez que assistiu a um filme traduzido em Libras. “Achei esse contato ótimo, me senti realmente incluído. Assistindo o filme no meio de todos, me senti igual aos demais, com a acessibilidade realmente acontecendo. E isso falta em muitos ambientes, na saúde, na educação, por isso espero que, aqui na nossa cidade, esse seja o começo de um tempo em que o surdo seja notado pela sociedade”, refletiu. Essa também foi a primeira vez que Robson traduziu um filme simultaneamente, e ele acredita que seja de suma importância esse tipo de inclusão. “É um caminho que ainda precisa ser percorrido em conjunto com a sociedade, para sempre buscar mais acessibilidade para a comunidade surda”, disse.

Destaque para o cinema brasileiro

Sharon Caleffi, que é formada em Letras e mediadora de leituras, é responsável pelos debates que ocorrem após as sessões noturnas do Cineclube Pupilo. Para ela, o mais interessante do projeto é a curadoria. “Há títulos que assisti quando era criança e que estamos passando para o público do cineclube, como Tainá e O Menino da Porteira, e muitos ainda não conhecem esses filmes. E, ao revisitar, vejo que eles continuam atuais, e contam muitas histórias do Brasil, a brasilidade é muito presente. São filmes incríveis, que não poderiam ser filmados em outro lugar que não o Brasil”, avalia.

Ao resgatar esses filmes com as novas gerações, Sharon diz que consegue perceber como o cinema brasileiro é bom, como o roteiro é bem feito e como eles prendem a atenção. “Acho que, hoje em dia, os jovens estão muito voltados para as coisas do mundo, e não conhecem muito as coisas feitas por brasileiros. É muito bom eles verem que têm filmes sobre o Brasil, e que tem a possibilidade de, quando crescer, poderem trabalhar com cinema também”, diz. Com iniciativa dos produtores culturais Tamara Alff e Rudolfo Auffinger, curadoria de Gabi Bresola e em parceria com a Pupilo TV, o Cineclube Pupilo é um projeto aprovado pela Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Paraná, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo por meio do Ministério da Cultura do Governo Federal, com apoio do Departamento de Cultura da Prefeitura de Pato Branco. As próximas sessões do Cineclube Pupilo serão no dia 2 de setembro, às 9h e às 14h, no Complexo Cultural, e às 19h no CEU das Artes.